segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Vinho Fino & Vinho de Mesa



A legislação brasileira regulamenta a produção de dois tipos de vinhos: o fino e o de mesa. Para a maioria dos consumidores brasileiros, o vinho de mesa é a porta de entrada. Aquele vinho de garrafão que experimentávamos nas antigas festas de rua ou os de garrafas que adegas ou bares mais populares servem. Esse mesmo vinho que marca o início do consumo para muitos, também passa logo a ser a porta de saída. No entanto, os vinhos de mesa mantém um grupo fiel de apreciadores. 

Por questões culturais, no Brasil (com exceção de algumas regiões do Rio Grande do Sul) não existe a tradição do vinho. Portanto, o brasileiro em geral que se interessa pela bebida, possui um gosto adquirido e não uma herança familiar. 

Um pouco de história para contextualizar: as espécies européias utilizadas na produção de vinhos finos são mais sensíveis e no passado as mudas trazidas pelos imigrantes encontraram dificuldade de adaptação ao clima e solo brasileiros. Por esta razão, os imigrantes italianos que chegaram no Sul do Brasil passaram a cultivar as espécies americanas, mais resistentes, e produzir vinhos de mesa.

Na faixa da informalidade e conhecimento genérico sobre o assunto, está o vinho de mesa. Quando falamos em preço e valor, nem sempre um vinho caro tem qualidade, mas quase sempre um vinho muito barato não tem.

***ATUALIZAÇÃO: O vinho de mesa, por ter menor teor de álcool e mais açúcar (explicamos logo abaixo), é doce. Somando isso ao dado cultural, encontramos uma forma congruente de explicar a preferência de muitos pela bebida, também conhecida como "vinho suave", mais popular, mais barata e mais acessível.


A DIFERENÇA ENTRE O VINHO FINO E O VINHO DE MESA

O vinho é uma bebida alcoólica, resultante da fermentação do suco da uva, num processo natural. Leveduras naturais - existentes nas uvas - quando em contato com o açúcar contido no suco da fruta (ou mosto), se alimenta desse açúcar, e o transforma em álcool. Ao final da fermentação, tem-se vinho.

O vinho fino SÓ pode ser produzido a partir de uvas viníferas - ou seja, uvas específicas cultivadas para dar origem à bebida. Elas, geralmente, são de origem européia, são menores, e tem cascas mais duras que as uvas comuns. Exigem um cuidado especial desde o plantio até a comercialização. O controle de qualidade é rigoroso. Quanto melhor a uva, mais rico será o fermentado.

Já o vinho de mesa é feito a partir de uvas comuns. Aquelas que comemos e encontramos em qualquer hortifruti ou supermercado. Não existe muito controle na produção, tão pouco pode-se esperar uniformidade no produto. O teor de álcool é menor, porque a uva não atinge o nível de fermentação adequado.




Como demonstrado no diagrama acima, no vinho fino, o processo de fermentação ocorre e transforma açúcar em álcool.

No vinho de mesa ou suave, as uvas comuns não passam pelo mesmo processo, e o vinho possui teor alcóolico baixo e alta concentração de açúcar. 

Diferente do vinho fino, cujo pequeno consumo diário/regular é indicado como benéfico para a saúde, o vinho de mesa não pode ser utilizado para esse fim.


O PANORAMA HOJE

Com o advento tecnológico, o aumento das pesquisas na área e a criação de associações e institutos, as vinícolas nacionais passaram a investir em cultivo de cepas européias para a produção de vinhos finos de maior complexidade e logicamente, qualidade. 

Ano após ano, o consumo dos vinhos finos vem ganhando espaço na vida dos brasileiros. Atualmente o país já produz vinhos finos que competem com os importados do velho e novo mundo, e é destaque com os espumantes, que atingiram recorde de vendas em 2010.   





Após um grande intervalo, fruto de uma crise criativa, o blog está de volta. Esse post era um antigo desejo nosso, um subtema que o Felippe, em especial, gosta muito de estudar e me explicar, e estou feliz por ter conseguido colocar nosso desejo em palavras. 
                                                                                              
                                                                                                    Espero que gostem!
Thaís.

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